O “Bicho”

Para o F.C.Porto, Jorge Costa será talvez o último dos carismáticos capitães, pelo menos a médio prazo... falta Baía que esperemos por lá continue muitos anos, mesmo sem braçadeira. Depois de Virgílio, Hernani, Pavão, Rodolfo, Oliveira, Gomes e João Pinto... o “Bicho” foi o que maior glória logrou atingir, dando um contributo precioso com a sua raça, liderança, vontade e qualidade para:
8 campeonatos nacionais, 5 taças de portugal, 8 supertaças nacionais, 1 Liga dos Campeões, 1 Taça Uefa e Taça Intercontinental.

Tanta glória... tantas noites de alegria, não podiam deixar nos adeptos que gostam do clube outra marca que não fosse carinho, admiração e agradecimento. Da mesma forma, não pode ser com outros sentimentos que não sejam tristeza e frustração, que os mesmos adeptos assistem à sua partida do clube de uma forma que não merecia... porque Jorge Costa era digno de 50 mil portistas de pé no Dragão a ovacioná-lo como reconhecimento.

Mas se ele ainda tem vontade de jogar futebol, se não se conforma com a situação que vive actualmente, todos portistas só têm de aceitar a sua decisão por mais injusta que lhes possa parecer.

Jorge Costa ficará para sempre na lembrança de qualquer adepto de futebol, como um central muito duro, uma parede quase intransponível para qualquer avançado. Quanto aos adeptos do clube, o coração jamais os deixará esquecer a dedicação, o empenho, a raça e a força singular que tinha como características... a imagem do “Bicho” com a camisola 2 e a braçadeira no braço esquerdo deveria ser alvo de uma criogenia mental... eu pela minha parte vou fazer de tudo para nunca o ver com a camisola do seu novo clube.



Obrigado Jorge!

Antevisão F.C.Porto/Sporting

Aproxima-se mais um clássico, o F.C. Porto recebe mais um rival de Lisboa, o Sporting. Os “Dragões” querem manter o 1º lugar e para isso têm que passar este difícil teste, embora seja em casa, frente aos “Leões”, que por sua vez querem chegar-se “à frente” na classificação. Co Adriaanse não pode contar com dois jogadores : Bruno Morais e Sokota. Já Paulo Bento tem baixas mais significativas : Beto, Douala e João Alves.
Quanto ao árbitro, será Olegário Benquerença, “afastado” dos “clássicos” desde o Benfica – Porto da época passada no Estádio da Luz, onde os azuis e brancos venceram por 1-0 com o golo espectacular de Benny McCarthy (remate a quase 30 metros da baliza). Este árbitro ficou ainda ligado ao lance que ainda hoje disputa opiniões, da bola que entrou, ou não, na baliza de Vítor Baia, tendo o mesmo optado por não validar o lance que daria o empate ao Benfica num remate disferido por Petit.

Em busca da glória perdida!

Aí está ele!! Depois de se ter perdido para os lados do Minho durante algumas jornadas, eis que volta prazenteiro ao seu legítimo dono e senhor. Meus senhores... o primeiro lugar!
Mesmo sem apresentar ainda o futebol espectáculo que Adriaanse prometeu, o F.C.Porto vai fazendo uma prova interna regular e serena. Até à décima segunda jornada, o FêCêPê perdeu apenas 4 pontos fora, em Braga e no Marítimo; e 5 em casa, frente ao Benfica e ao Setúbal. A humilhante derrota caseira frente ao sétimo da classificação geral, foi o ponto mais negro destes doze jogos e aquele onde mais se fez notar a periclitante estrutura defensiva (que não engloba só a defesa), que o técnico Holandês vinha montando. Até aí, o F.C.Porto apresentava um futebol rápido, bonito e objectivo mas bastante frágil sob o ponto de vista defensivo. A entrada de Pedro Emanuel para o eixo da defesa e a introdução da noção de trinco, eficazmente interpretada por Paulo Assunção, corrigiram a debilitada organização defensiva dos Dragões, dotando-a de experiência e liderança, permitindo movimentos defensivos estruturados e não movimentos defensivos correctivo-aflitivos.
Depois destas alterações mais do que necessárias, de forma algo inesperada, o futebol espectáculo desapareceu... e nunca mais voltou. E logo agora que temos Quaresma no seu melhor, Lisandro a fazer lembrar o grande Derlei, Lucho a pautar magistralmente o jogo da equipa, Pepe a deixar qualquer portista de boca aberta, Assunção a deslumbrar, Baía a ser igual a ele mesmo... o que falta?
Automatismos? Qualidade? Outro treinador? Sim, Nim, Não. Se fizerem um esforço pequenino conseguem recordar-se da vergonha que todos passamos o ano passado, onde éramos consecutivamente recalcados por adversários de menor estampa em pleno Dragão. É preciso ter calma e não cometermos os mesmos erros da pretérita temporada onde 3 treinadores não nos levaram a lado nenhum. Uma grande equipa não se constroi em meia dúzia de meses... é preciso dar tempo ao tempo. Quanto a nós, adeptos, resta-nos sofrer, apoiar, ou criticar se for caso disso. Mas temos que estar sempre do lado da equipa...

Pontapé de saída

A inauguração de qualquer coisa é sempre um passo no incerto.
O objectivo que nos move é o grande clube do qual somos adeptos sempre fieis, quer moremos no Porto, em Lisboa ou no carago mais velho.
Neste espaço, revelaremos os nossos falíveis e amadores pensamentos sobre o futebol do grande F.C.Porto... por vezes serão desabafos impensados, outras vezes explosões de alegria em forma de palavras. Aos insultos boçais, às obcessões por outro clube que não o nosso, ou à crítica profissional tentaremos dizer: Não, obrigado! Sabemos que às vezes será inevitável, mesmo salutar e libertador... mas queremos que sejam excepções.
Bamos a isto... biba ó Puerto, Carago!

Época 2005-2006