Recuperar o fôlego no Lis

1-3
Fábio Felício; Laranjeiro(p.b), Lisandro Lopez, Diego;
Vitória tranquila do F.C.Porto em Leiria, que poderia ter sido expressa por outros números. Co Adriaanse repetiu um onze e se pode ser questionável a utilização deste ou daquele elemento, o mesmo não acontece quanto à necessidade da formação de uma equipa tipo.
O Porto entrou com bastante vontade mas com escasso engenho para penetrar no último reduto Leiriense. Apenas em algumas arrancadas de Quaresma e através da raça de Lisandro, o FêCêPê era capaz de criar situações de relativo perigo. César Peixoto e Ricardo Costa apoiavam de forma deficiente os colegas mais avançados, enquanto Diego, apático e inoperante, e McCarthy, presa fácil para os centrais da União, emperravam uma máquina que não saía de ponto morto. A defesa, nessa altura, revelava-se bastante segura e apenas em lances de bola parada os Leirienses rematavam à baliza de Vítor Baía. Até que, Fábio Felício, aproveitando algum espaço concedido pelo meio-campo portista e com um pontapé bem colocado, pôs os da casa em vantagem. Entre os adeptos portistas, e tendo na lembrança situações semelhantes, poucos acreditavam que aquela equipa pudesse dar a volta à situação… mas os azuis e brancos arrebitaram, cresceram para cima dos de Leiria e em dois cruzamentos do lado esquerdo, deram a reviravolta ao marcador ainda antes do fim do primeiro tempo. Laranjeiro na p.b e Lisandro foram os autores dos golos.

O segundo tempo foi bastante diferente. A União de Leiria abriu pela necessidade de se acercar da baliza de Baía e alguns jogadores do FêCêPê tiveram espaço para porem a sua arte em prática. Diego, com alguns excelentes pormenores surgiu no jogo; McCarthy esteve mais solto e apareceu muitas vezes em missão defensiva. Quaresma era sempre um perigo, apesar de às vezes optar de forma errada pelo remate ao invés de assistir colegas em melhor posição. O Porto criava várias situações de golo mas o terceiro tento teimava em não entrar na baliza de Costinha. Na outra baliza, o Leiria, com mais homens em posição de ataque, também ia criando algumas situações de relativo perigo mas quase sempre anuladas pelo eixo defensivo azul e branco onde sobressaíam Pepe e Paulo Assunção. A dois minutos do fim, Co Adriaanse fez a primeira alteração fazendo entrar Jorginho para o lugar de Lisandro e foi o Brasileiro quem fez a assistência para o terceiro golo, da autoria de Diego.

Esta formação que actuou durante quase os 90 minutos, é óptima se tiver espaço para poder jogar, mas duvido da sua capacidade para penetrar numa defensiva onde o autocarro é o modelo preferido. Vamos esperar por próximos jogos, mas as melhorias em relação a outros jogos parecem evidentes.

Positivo:
- Pepe: Grande jogo do central brasileiro. Pelo ar ou pelo chão foi sempre uma barreira intransponível. Não ficou inibido com o golo oferecido ao Sporting e tentou, com notável sucesso, fazer uso da sua capacidade de passe a longa distância. Começa a tornar-se um dos imprescindíveis.
- Paulo Assunção: O bombeiro de serviço. Acorre a todos os fogos e em quase todos eles fá-lo com uma simplicidade notável aliada a uma eficácia assustadora. Grande exibição.
- 2ª parte de Diego: Com espaço, o Brasileiro conseguiu pegar no jogo e dar velocidade ao futebol do Porto. Passes a rasgar, fintas desconcertantes e o golo merecido, justificam uma aposta mais forte de Adriaanse. Mas precisa de ter mais vontade e engenho para fugir às marcações quando elas apertam com mais força.
- Quaresma: Ainda que sem a trancendência de exibições anteriores, foi dos melhores em campo e por onde a equipa carreirou preferencialmente o jogo ofensivo. Quando alguém não tem o que fazer à bola... passa ao Cigano.
- Lisandro: Esforçado, dedicado e com arte para dar e vender. Eis a melhor contratação do Porto esta época.

Negativo:
- 1ª parte de McCarthy: Durante este período foi o ponta de lança que a equipa não teve. Nunca estava no sítio certo, nunca conseguiu fugir às marcações dos centrais Leirienses, nem procurou terrenos mais recuados para puxar os defensores do Lis. Melhorou consideravelmente na 2ª parte.
- 1ª parte de Diego: Embrulhado e nada prático. Não conseguiu dar nada de significante à equipa.