As desculpas do costume!

1. Há no futebol português várias metástases que vão destruindo o fenómeno desportivo. Maus dirigentes, poucos adeptos, muito poucos bons adeptos, péssimos árbitros e uma incapacidade doentia de admitir uma derrota. Não falo aqui só dos “outros”… no meu clube também existem alguns maus dirigentes, alguns maus adeptos e a síndrome de “não saber perder”, que no caso do F.C.Porto pode ser atenuado pela parca experiência neste domínio.

2. Na quarta-feira, quem foi ao Dragão ou quem assistiu ao jogo pela televisão, não viu um grande jogo de futebol mas teve a oportunidade de assistir a um jogo equilibrado, emotivo e imprevisível. Ganhou o FêCêPê como poderia ter ganho o Sporting… na minha opinião o F.C.Porto fez mais por merecer a vitória, teve muitas mais oportunidades de golo e acaba por ser um feliz mas justo finalista da Taça de Portugal. Poderia acabar aqui a análise não fosse um senhor de nome esquisito ter apitado o jogo. A arbitragem do senhor Olegário foi muito má do princípio ao fim, levando-nos pensar: Como é que aquele gajo é o árbitro português mais credenciado pela UEFA?

3. No final do jogo, Paulo Bento e mais uns dirigentes do Sporting vieram bradar aos céus que “foram empurrados para fora da Taça” e que perderam “10 contra 12”. Não vou aqui lembrar as benesses que o Sporting já foi alvo esta temporada, que ainda lhes permite estar a discutir o primeiro lugar, e vou centrar-me apenas neste jogo, caso contrário este Post eternizar-se-ia e os leitores iriam aborrecer-se:
Os Sportinguistas queixam-se de um penalti não assinalado, por mão de Pepe. Quem tiver a oportunidade de fazer o “download” do resumo do jogo (no Post anterior), poderá constatar, se parar a imagem quando a bola bate na mão do defesa do FêCêPê, que isso de facto acontece… mas fora da área. Para além disso, na origem dessa jogada, Polga varre McCarthy por trás, situação a que o sr. Benquerença fez vista grossa. Mas ainda antes desse lance de pretensa grande penalidade, o mesmo Polga, quando McCarthy se preparava para dominar a bola no peito dentro da grande área do Sporting, empurra o Sul-Africano pelas costas… situação que o sr. Benquerença também fingiu que não viu. Mas então de que é se queixam mais? Ah sim… da expulsão de Caneira. Mas fui só eu que vi o Caneira a estender o braço para o Lucho? Ele não andou aos empurrões com o Argentino? Porque será que um jogador com um comportamento exemplar como Lucho Gonzalez perdeu completamente a cabeça? Mas não será o Caneira o responsável por se envolver naquela situação quando já tem um amarelo? E a expulsão do Bosingwa, num lance em que Rodrigo Tello decide experimentar o mergulho em apneia?

4. Mas esta explosão de indignação dos responsáveis do Sporting não é inocente… o Paulo Bento por um lado pretende que esta eliminação não quebre a confiança dos jogadores que vinham de um bom ciclo de vitórias, não necessariamente exibições. Por outro lado, procura desde já, pressionar os árbitros que forem nomeados para as finais que o Sporting vai realizar para a Superliga. Se há algo que não podem acusar Adriaanse é de se desculpar com os árbitros. Nunca o Holandês falou de arbitragens, nem mesmo quando isso contribui para a perda de pontos da equipa.
Quando ao Sporting forem sonegadas 4 grandes penalidades claras, como foram ao F.C.Porto há três anos em Alvalade. Quando em 3 anos consecutivos, o mesmo árbitro apitar o Porto-Sporting e prejudicar claramente o Sporting, como Lucílio “Calabote” Baptista tem feito em Alvalade em relação ao F.C.Porto… aí sim, os “Viscondes” terão razão para se queixarem.
Entretanto, isto são, “fait-divers” que pretendem encobrir o falhanço de um sistema táctico que, segundo vozes do início da semana, “iria atropelar a ridícula estratégia” do FêCêPê.