segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Também serve!

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Raúl Meireles

AdrianoVitória magra mas justa, numa partida poucas vezes bem jogada.
Em relação a Belém, Adriaanse fez três alterações no onze: Bruno Alves e Alan substituíram os castigados Pepe e Quaresma, enquanto Pedro Emanuel rendeu Cech.
O FêCêPê entrou no jogo com uma toada morna, pouco pressionante e que retirou velocidade e objectividade ao futebol praticado. A equipa tentava jogar pelas linhas mas Ivanildo e Alan cedo mostraram que não estavam nos seus dias. O futebol directo também não encontrava em Adriano e McCarthy intérpretes à altura do exigido para essa estratégia e se não fosse o meio-campo a desequilibrar mais ninguém o faria. A equipa parecia amorfa e pouco mexida, não procurando jogar sem bola. A defesa parecia mais nervosa do que o habitual mas tirando uma ou duas desatenções sobrou sempre para as tímidas investidas do adversário. Depois de algumas situações de perigo relativo junto da baliza de Marcos, Raul Meireles pegou na bola e depois de uma excelente iniciativa individual, rematou forte e fez o primeiro, que seria o último, tento da partida. Logo a seguir, uma situação caricata: Alan isolou-se, teve mais do que tempo para fazer o golo mas decidiu atrapalhar-se com a bola, esta ainda sobrou para Lucho que rematou para a baliza mas um jogador do Marítimo, de cabeça, conseguiu tirar a bola em cima do risco de golo. Só que… espanto dos espantos: Carlos Xistra assinala penalti e expulsa o jogador insular. Alertado pelos jogadores do Marítimo, o árbitro acerca-se do seu auxiliar que já estava preparado para o castigo máximo e este revela-lhe que a grande defesa teria sido com a cabeça e não com a mão. Carlos Xistra anulou o penalti e o vermelho e recomeçou o jogo com uma bola o solo. Foi melhor assim!

AdrianoA segunda-parte, foi uma cópia quase perfeita da primeira: Os alas não conseguiam desequilibrar, os avançados não tinham jogo! O Marítimo apareceu um pouco mais desinibido, a defesa controlou quase sempre bem todas as situações mas por duas vezes, Helton teve que se empregar a fundo para evitar o empate. Do lado contrário, McCarthy e Jorginho também tiveram boas situações para marcarem. Destaque para um pontapé fantástico do Sul-Africano que levou a bola a embater com estrondo no poste direito da baliza adversária.
Melhor o resultado que a exibição.

Positivo:
- Raul Meireles: Novo jogo fantástico! Depois de uma excelente exibição em Belém, o médio fez uma partida de grande nível tanto na tarefa de deter as iniciativas atacantes do Marítimo, como na compensação defensiva e mesmo na criação de jogo ofensivo. Marcou um golo excelente que premeia uma grande exibição!

- Helton: Já em Belém, tinha estado muito bem ao realizar duas grandes intervenções. Ontem, mais uma vez, esteve fantástico e novamente com duas grandes defesas impediu o empate do Marítimo.

Negativo:
- Alan/Ivanildo: Neste sistema, aos alas pede-se que criem jogo para os avançados para além de terem algumas preocupações de cobertura do respectivo flanco. Alan e Ivanildo não conseguiram fazer nem uma coisa nem outra. Nunca foram os jogadores que o F.C.Porto precisava e com a entrada de Lisandro e Jorginho a equipa ganhou um ânimo que tinha andado desaparecido. Esta estratégia depende muito da inspiração dos alas.

- Adriano: Uma sombra do jogador que esteve no Restelo. Bem substituído!

- Assobios/Ambiente: Quando o nome de Bruno Alves ecoou no estádio, logo se fizeram ouvir os assobios. Quando aos 3 minutos de jogo, Bosingwa falhou uma intercepção e o Marítimo criou uma situação de perigo, eis novamente os ditos assobios. Quando Bruno Alves retinha a bola, procurando o melhor destino a dar-lhe ao invés de despachá-la “à tolinho seja eu”… lá se ouviam os assobios. Quando Alan fazia mais um disparate… mais assobios. Quando Adriaanse, trocou o desinspirado Adriano por Jorginho, tentando dar maior velocidade e irreverência ao ataque… um coro de assobios se ouviram! Já o disse uma vez mas vou repetir-me: Há adeptos que mereciam estar mais 18 anos sem ganhar o título! Houveram alturas em que me apeteceu vir embora quão revoltado e envergonhado estava com tamanha demonstração de anti-portismo executada por adeptos de cachecol azul e branco ao pescoço. Depois há o problema das claques: De um lado os adeptos que não se revêem nas suas atitudes, acções e mesmo cânticos insultuosos… do outro as amuadas claques que de quando em vez cantavam em busca de algum grammy. Ambiente de cortar à faca no Dragão… e estamos a 5 pontos do Sporting e a 8 do Benfica! A isto eu chamo ter a mania que se tem o rei na barriga.

Image hosted by Photobucket.comNota: Sem ter a ver directamente com este jogo, quero deixar uma nota muito positiva para os adeptos do Vitória de Guimarães. Tantas vezes conotados com acções violentas e anti-desportivas, no Sábado eles deram a todos os desportistas uma lição de AMOR INCONDICIONAL ao seu clube. É nos momentos difíceis que se vêm os verdadeiros adeptos e foram eles que foram lá abaixo pegar nos jogadores e disseram-lhes: NÓS ACREDITAMOS! Este tipo de atitudes está em completa oposição à que eu assisti ontem no Dragão, onde uma grossa fatia dos adeptos de uma equipa que vai isolada no comando da classificação, tudo fez para que a sua equipa perdesse pontos num jogo crucial. Parabéns aos adeptos do Vitória e pela minha parte, fico a torcer para que fiquem na Superliga. Vocês, adeptos do Vitória, merecem!

9 Comments:

Blogger Pedro Reis said...

Ao contrário do que possam pensar não sou dos que assobiam no estádio. Infelizmente vou lá poucas vezes (porque moro em Lisboa) mas quando vou é para apoiar.

Relativamente ao jogo de ontem, que vi pela televisão, foi muito fraquinho.
Voltámos aos equívocos do treinador: Bruno Alves, Pedro Emanuel (naquela posição) e Alan para não falar no Bosingwa (dado não existir na prática alternativa).
Valha-nos um Helton muito confiante, um Paulo Assunção extremamente regular, os fogachos do Raul Meireles, a categoria de Lucho e um duo atacante em afinação progressiva (McCarthy merece o golo claramente). E claro o Pepe e o Quaresma que ontem não jogaram.

Vamos na senda do Benfica do ano passado e isso não me agrada. Ser campeão por falta de comparência dos adversários é algo de que não gosto. E a prova de que o campeonato é nivelado por baixo, está na prestação europeia das equipas portuguesas: ninguém passou à 2ªfase com excepção de um Benfica graças a uma noite feliz (como a que o FCP teve o ano passado com o Chelsea).
Desculpem lá os mais sensíveis, mas é a minha forma de ver o futebol.

Abraço a todos

20/2/06 10:11 da manhã  
Blogger Aníbal Letra said...

Pedro... não me parece que estejamos na senda do Benfica. O Porto tem bastantes mais pontos que na época transacta, não está a ser levado ao colo pelas arbitragens e tem um nível exibicional, apesar de nada constante, com fogachos muito bons. Vê a classificação deste ano há 23ª jornada:
1 FC Porto 51
2 Sporting 46
3 Sp. Braga 44
4 Benfica 43
5 Nacional 42
6 Boavista 41

O ano passado há 23ª jornada estava assim:
1 FC Porto 42
2 Sporting 42
3 Benfica 42
4 Sp. Braga 40
5 Boavista 40

Não me parece que seja por inexistncia de adversários que vamos à frente.

Em relação aos equívocos do treinador, continuo na minha: A este sistema é preciso da o benefício da dúvida. E quanto a Bruno Alves, ele acabou por fazer um jogo certinho debaixo de uma pressão terrível que começou logo que se ouviu o seu nome na instalação sonora. Fez um bom! Não é Pepe mas não comprometeu!

20/2/06 10:31 da manhã  
Blogger Michael Knight said...

Quero começar por dizer que coisa mais ridicula os assobios ao B.Alves, Bosingwa e outros assobios que eu nem sequer percebia para quem eram ou porque aconteciam naquele momento. Mesmo rídiculo.

Agora quero comentar em relação à dualidade de critérios nas analises ao Ivanildo e ao Alan. Até agora já li este post aqui, o do terceiroanel e do jornal o jogo. Este post fala nos dois da mesma maneira (e posso aceitar isso) se bem que o primeiro comentador fala do Alan mas não fala do Ivanildo.
O Ivanildo esteve péssimo. Ele é péssimo. Começo a pensar que a presença de ele em campo é mais uma teimosia do Co Adriaanse. Sinceramente não vejo o que de productivo ele trás à equipa. No O Jogo falavam de uma boa capacidade de sacrifico na pressão ofensiva e eu só o via a arrastar-se em campo e não ajudar os colegas (principalmente na segunda parte, tantas vezes aconteceu isso).
Quanto ao Alan esteve como de costume trapalhão. Ao menos teve o mérito de dobrar a trás, de fazer o passe para o Meireles no lance do golo (esse passe foi bastante inteligente, abriu um mar de espaço para o Meireles, todos vocês devem ter visto isso, não é preciso um diploma para o reconhecer) e furou e ofereceu-se por diversas vezes ao jogo, não dando quase nunca seguimento aos lances, mas tornando o jogo flúido.
Em suma, acho infinitamente mais productiva a presença do Alan em campo do que o Ivanildo.
Quanto aos substitutos... Lisandro continua uma nulidade e Jorginho deu alguma fluidez ofensiva ao jogo da equipa, se bem que como de costume fez umas quantas jorginhadas (como aquela em que com todo o espaço do mundo tenta finalizar de primeira...), mas pronto, em linhas gerais foi positivo.
É uma pena o Alan ser trapalhão. Sendo assim acho que para a luz jogava com Quaresma/Lisandro ou Alan sendo o Ivanildo a ultima escolha e já se davam oportunidades (acho eu) aos miudos da equipa de que tão bem se fala.

O que o primeiro comentador deste post fala da sua maneira de ver o futebol fala bem. Acho inadmissível que uma equipa venha ao Dragão e o Guarda Redes adversário praticamente não seja obrigado a intervir. No passado, o FCPorto sempre se pautou pela pressão demolidora em casa e pela vontade de marcar e marcar até assegurar uma vitória. Falta pressão à equipa, vontade de marcar, ambição. Não sei se são designios do treinador. Independentemente dos motivos, é completamente inadmissível. E ainda mais inadmissivel se torna porque de facto sabemos que não é por falta de capacidade, porque quando o Braga marcou no Dragão, imediatamente a seguir o FCPorto passou a ser um torrente de força e jogadas de perigo.
Andam-se a correr riscos desnecessários e acho perfeitamente normal que um Portista com memória do que é o FCPorto em casa, sentir uma falta de qualquer coisa no fim deste jogo.

Agora acho piada às pessoas que acham que estes comentários são pessimistas ou que andamos mal habituados. Eu acho é que face à estrutura, organização e prestigio do FCP a fasquia anda a ser posta muito em baixo. Mas pronto, ainda bem que os outros continuam mal e a distancia se vai mantendo. Cuidado com o sportem.

20/2/06 12:05 da tarde  
Blogger Aníbal Letra said...

Michael: As críticas e discordância das opções em relação a Adriaanse são perfeitamente compreensíveis. O que eu não consigo perceber é como é possível confundirem o clube com as opções do treinador. É que ontem no Dragão, havia gente que queria que Bruno Alves falhasse, que o Marítimo marcasse para que tivessem razão! Ao meu lado tive, como de costume, um senhor que não pode com Adriaanse... mas nunca o ouvi assobiar ou mostrar irracionalidade de pensamento. Os assobios à substituição de Adriano é pura irracionalidade!!! É que foi uma boa substituição! Não acho que se esteja a colocar a fasquia demasiado baixa, mas não é preciso ter boa memória para me lembrar do que foi o Porto em casa a época passada. Será que é só culpa dos jogadores, da administração e dos treinadores?? Será que, NÓS ADEPTOS, não teremos a nossa quota parte de culpa?

20/2/06 12:25 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Uma vez mais o comentário ao jogo está pautada por uma grande fluidez na forma de analisar o mesmo!!!

Achei que ontem o P. Emanuel fez a função do Pepe, e não o B. Alves!!! Pela entrega, pelas dobras que fez e por ver o BA algumas vezes a olhar para a bola a passar, tiro esta conclusão.

Relativamente à prestação da equipa... Alan e Ivanildo merecem sem dúvida o Banco, são jogadores uteis à equipa, mas que só rendem se entrarem a meio do jogo!!!

Raul Meireles confirma o que eu já penso desde o seu tempo no Boavista... Excelente tecnicamente, precisão no passe, classe no desarme... mas... fragilidade fisica!!! Bom jogo...

Penso que na Luz, o sistema de 4 defesas urge voltar, e colocar apenas o McCarthy na frente... este que diga-se tem sido dos melhores jogadores em campo desde que voltou da CAN.

Quanto aos assobios... uma tristeza... quer dos adeptos, quer da SAD do porto... uma tristeza!!!
Parecem birras de escola... B. Alves, Alan, Ivanildo, Helton etc etc... parecem passar de bestiais a bestas num estalar de dedos, são jogadores do Porto e merecem respeito!!!

Parabens... muitos parabens ao Guimaraes por ter a meu ver os verdadeiros adeptos de futebol!!!
Demonstração de força de paixão absolutamente incrivel!!!!

20/2/06 12:33 da tarde  
Blogger Michael Knight said...

Anibal Letra: sem dúvida, eu sou um critico do treinador e defendo que não deverá continuar no clube depois da época acabar. Gostava que ele fosse diferente e soubesse ler o jogo, porque o seu trabalho semanal e de recuperação de jogadores funciona (Pepe, Quaresma e para lá caminha R.Meireles).
Só critiquei as assobiadelas porque sou incapaz de ir para o estádio do meu clube. Os sócios e adeptos têm sitios para o fazer e nunca durante o jogo. No fim? Tudo bem, se bem que acho que os jogadores nunca são culpados. Culpado é quem os mete a jogar ou quem os compra em negocios de origem dubia.

Quanto à fasquia. Eu não acho que seja pela horrível época anterior que eu tenha que deixar de exigir uma prestação alta em casa em termos de entrega ao jogo do principio ao fim. Contudo é obvio que estou agradado em relação à melhoria, mas apenas agradado porque não deixa de ser a obrigação de uma equipa como o FCP. Portanto, quero e exijo mais. Se o FCP contra o braga tivesse jogado da mesma maneira os 90' em pressão, com inumeras oportunidades de golo e jogadas de perigo e no fim sofresse um golo furtuito, não diria nada. Mas ao interpretar o jogo como se tem interpretado nas segundas partes no dragão corre-se um risco tremendo e desnecessário.

Quanto aos adeptos do Guimaraes... Não percebo de onde vem tanta palavra de apreço. Sem dúvida que gostam do clube, mas parece que já se esqueceu toda a gente (talvez pela simpatia de irem no fim da tabela) que são provavelmente das assistencias mais arruaceiras que há no futebol português. Sei de histórias de terror vividas por conhecidos meus e toda a gente tem na memoria a quantidade de cadeiras que já voaram daquele estádio. Inclusive em jogos contra Portistas.
Não percebo, parece-me uma hipócrisia estes louvores.s

20/2/06 12:45 da tarde  
Blogger Aníbal Letra said...

Não percebo onde possa estar a hipocrisia, num elogio a um grupo de pessoas que se une em torno de um clube... clube que ocupa as últimas posições da tabela e que tinha expectativas de lutar por objectivos mais altos aos que agora luta. Como digo no Post, os adeptos Vimaranenses, são muitas vezes conotados com a violência e falta de desportivismo... em muitos casos por colagem às atitudes da sua claque. Mas, para mim, a crítica é tão natural como o elogio e o apoio que eles têm demonstrado não só neste último jogo, como em outros que até não lograram vencer, mostram que estão com a equipa para o bem e para o mal. Mesmo na 2ª, eles estariam lá para apoiar. Isto para mim é que são adeptos de futebol.
Eu sou adepto do F.C.Porto, não sou adepto das vitórias do F.C.Porto, apesar de elas me encherem de satisfação.

20/2/06 1:57 da tarde  
Blogger Pedro Reis said...

Quando referi a comparação com o Benfica, não estou a falar em termos absolutos (pontos totais) mas em termos relativos.
O FCP está a distanciar-se no topo porque o Benfica caiu brutalmente (3 derrotas nos últimos 4 jogos) e o Sporting falhou demasiado no início.
A verdade é que salvas honrosas excepções as exibições têm sido fraquinhas. Usar a época passada como comparação é redutor, dado que foi provavelmente uma das piores de sempre dos últimos 25 anos.

Mas são opiniões e é normal que cada um tenha a sua.

20/2/06 2:26 da tarde  
Blogger Michael Knight said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

22/2/06 7:36 da tarde  

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