quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Rescaldo

Image hosting by PhotobucketEm directo só consegui assistir à primeira parte do jogo F.C.Porto-Braga. Penso que nesse período, os azuis e brancos fizeram os melhores 45 minutos da época, relegando uma equipa que era conhecida pela solidez defensiva, pelo rigor táctico que emprega no seu jogo e pela enorme capacidade em surpreender os adversários em contra-ataque, para a vulgaridade que as grandes equipas costumas atirar as outras que lhes fazem frente. Nesses 45 minutos, o FêCêPê conseguiu conciliar uma sólida estrutura defensivamente, com a troca de bola eficaz e em progressão e com uma velocidade de movimentos que confundiu a defesa bracarense levando-a a jogar ao velho estilo dos nossos extintos vizinhos de Paranhos.
Adriaanse alterou o esquema que tinha empregue frente à Naval e ao Rio Ave. Primeiro porque fixou Pedro Emanuel na lateral esquerda com evidentes preocupações de cobertura no centro. Pepe, sempre como o pêndulo da defesa. A presença de Ivanildo no onze foi de utilidade tremenda fazendo todo o corredor com uma disponibilidade fantástica. Paulo Assunção foi o jogador mais recuado do meio-campo, jogando grande parte das vezes como 2º central. Bosingwa, foi o jogador da defesa com ordens para subir no terreno. Lucho e Raul Meireles tinham óbvias preocupações de cobertura, especialmente quando Luís Filipe ou Carlos Fernandes subiam pelos corredores. Quaresma assentou praça numa das alas, onde tinha também evidentes preocupações tácticas, enquanto Adriano e McCarthy tinham por missão movimentarem-se de forma rápida e inteligente, se possível a partir de trás, de modo a pôr a cabeça em água aos defesas do S.C.Braga.

Comentando o esquema táctico, deve-se reconhecer que ele é de uma complexidade enorme e não pode ser feito por um doidinho qualquer. Talvez possa ter como inventor um lunático ou um sonhador, mas nunca um burro ou um maluquinho acabado de sair do Conde Ferreira. O que eu critiquei no sistema usado nos dois últimos jogos foi a frustrante incapacidade para ser uma equipa de ataque… mas este Porto que jogou frente ao Braga foi muito mais do que uma equipa de ataque, foi uma equipa com uma enorme solidez defensiva. Nos dois últimos jogos, não percebia porque é que as outras equipas não tinham criado uma única oportunidade de golo. São fracas… pensei. Mas o facto é que o Braga ao longo de todo o jogo também não criou uma única oportunidade flagrante de golo, tirando a asneira dos Brunos. Ainda não estou convencido com este sistema… mas vamos aguardar.

Já com os comentários que tinha ouvido sobre o jogo na cabeça, vi ontem em diferido a segunda-parte. Devo dizer que os comentários que li não se ajustam minimamente ao que assisti na televisão. O Porto fez uma segunda-parte de excelente nível, até conseguir o golo esteve muito perto do nível exibido nos primeiros 45 minutos e se depois houve um abrandamento, ele é perfeitamente natural. Mas mesmo num ritmo mais baixo, continuaram a ser os azuis e brancos a melhor equipa sobre o terreno e os únicos que conseguiam levar perigo à baliza do adversário. O Braga, desapertado o nó que lhe atava a garganta… tentou chegar ao empate e conseguiu-o de uma forma ilegal e perfeitamente fortuita.

Image hosting by PhotobucketEm relação ao jogo, tenho três críticas a fazer:

1º - Adriaanse: A meio da segunda-parte Raul Meireles, Lucho, Ivanildo e Quaresma deram o estoiro. Era mais do que evidente que não estavam com pernas para o jogo. Para que é que Ibson, Diego ou Alan estão no banco? Se ele não queria retirar Lucho do jogo, o que se percebe perfeitamente, a troca de Raul Meireles por Ibson e de Quaresma ou Ivanildo por Alan ou Diego eram exigíveis. Em relação à entrada de Bruno Alves, não consigo perceber a irritação da maioria dos adeptos: O Braga tinha passado a jogar com dois pontas-de-lança e era necessário dar altura à defesa. Não se pode andar a acusar Adriaanse de ser ofensivo para depois dizer que ele é medroso… não faz sentido, leva a pensar que as críticas são feitas levianamente e apenas com o intuito de dizer mal.

2º - Adeptos: Quando o Porto tentava jogar com o tempo, descansar com a bola nos pés (como tanto gosta Mourinho), da bancada vieram assobios. Vaias para uma equipa que durante uma hora inteira tinha corrido como se aquele fosse o jogo da sua vida. Os adeptos que assobiaram a equipa durante aquele período que me desculpem… mas tiveram o resultado que mereceram e têm a equipa que merecem.

3º - Bruno Paixão: Não viu uma entrada mortífera de Luís Filipe sobre Pedro Emanuel; Não viu a agressão de Nem e Paulo Santos a Pepe. Não viu a mão na bola de Nem na área (o Benfica em três jogos consecutivas teve três penaltis a favor com bola na mão); Não viu o fora de jogo do Coreano antes do pretenso agarrão de Bruno Alves; Não viu Ivanildo a ser empurrado dentro da área; Num jogo em que o Braga fez o dobro das faltas dos portistas, o FêCêPê acaba com mais cartões amarelos que os Bracarenses. Arre!!!! Sai!!!! Sai!!!!

5 Comments:

Blogger Pedro Reis said...

Aníbal,

Concordo com quase tudo o que escreves (como não vi o jogo nem sequer poderia em consciência rebater alguma coisa) excepto quanto à entrada do Bruno "Descerebrado" Alves. Ele não tem lugar no plantel do FCP, nem nos 18 e muito menos nos 11. A verdade é que é preferível jogar com 10 a ter esta anta no campo! E é mais incompreensível quando tem um LE razoável no banco (Cech) e um bom central a jogar a LE (P.Emanuel). Era assim tão difícil tomar uma opção mais razoável e com menos risco, caro Co Adriaanse?
Já para não dizer que não me parece muilo lógico ter um sistema 3x3x4 ou 3x4x3 que nunca dura um jogo inteiro, porque só serve até ganhar vantagem. Desculpem mas não é lógico.

8/2/06 12:02 da tarde  
Blogger Aníbal Letra said...

Não Pedro... é lógico colocar mais um defesa quando o adversário passa a jogar com dois pontas de lança. Não fazer nada penso que seria muito mau. Quanto à opção de Adriaanse por Bruno Alves, penso que ela pode ser criticada mas é "entendível". Bruno Alves é um jogador com bom jogo aéreo e com Pepe e Pedro Emanuel poderiam cortar os lances de chuveirinho que o Braga iria cair nos últimos minutos. Concordo que Bruno Alves não tem categoria para jogar no Porto mas isso é outra história.

8/2/06 12:28 da tarde  
Blogger Pedro Reis said...

O único bom jogo aéreo que eu já o vi fazer foi naquele em que aviou o mariquinhas do Nuno Gomes à cabeçada! lol

8/2/06 2:45 da tarde  
Blogger Freddy said...

Roubo de igreja temperado com muita injustiça...

8/2/06 6:19 da tarde  
Blogger .:GM:. said...

Se ele tivesse jogadores no meio campo capazes de segurar a bola, como o Diego, não haveria o tal chuveirinho; o P. Emanuel e o Pepe jogavam ambos no centro da defesa durante a maior parte do campeonato e quantos golos sofremos de cabeça durante esse período? Foi agora que começou a ser um problema?

O Ivanildo e o Quaresma (assim como o Lisandro) desapareceram a partir do momento em q ele começou a jogar com 3 defesas, ou seja os extremos sentiram a falta do apoio dos laterais que também obrigavam a uma maior distribuição dos defensores adversários.

Para além disso, o super-povoamento da área do adversário com mais atacantes, obrigado o própria adversário a povoar a área com mais defensores diminuindo assim os espaços e aumentando a dificuldade em marcar. O golo do Porto surgiu de um ressalto de bola devido precisamente a esse super-povoamento da área.

Independentemente do que possam dizer, o Cu do Adriaanse é demasiado mau.

8/2/06 8:49 da tarde  

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