A re-análise do plantel - Parte II - O meio-campo

ATENÇÃO: Em itálico, a análise feita a meio da época!

Apesar da grande reformulação a que foi sujeito esta época, e aos diversos sistemas tácticos já utilizados, o meio campo actual do FCP é o grande pulmão da equipa e a razão principal para a melhoria da eficácia defensiva relativamente ao início da temporada. As saídas de Costinha e Maniche foram completamente pulverizadas pelas entradas de Paulo Assunção e Lucho Gonzalez e não me parece faltarem muitas opções de qualidade neste sector.
No meio-campo não houve surpresas na 2ªparte da época, tendo continuado a ser “O Sector de Lux(ch)o” do FCP 2005/06.

Raul Meireles: Esteve em grande destaque na pré-época (tendo sido até referenciado por Arséne Wenger) e confesso que na altura os predicados demonstrados foram uma surpresa para mim, especialmente a capacidade de jogar de primeira e de fazer passes longos com grande precisão. Tem tido poucas oportunidades depois da lesão que sofreu e vai ter que esperar. Parece-me ser um daqueles casos em que precisa de actuar com muita regularidade para se exibir ao mais alto nível.
Foi um dos principais beneficiados pela alteração do sistema táctico e pelo “desaparecimento” de Diego, fazendo uma 2ª parte da época de nível muito elevado. Tal como tinha previsto os minutos a que teve direito solidificaram-lhe as exibições.

Paulo Assunção: Uma das grandes revelações desta época. Apesar de ter começado no banco, quando foi chamado imediatamente “pegou de estaca”. Forte fisicamente, com uma grande velocidade e um posicionamento irrepreensível garante grandes períodos de “descanso” à periclitante defesa. Ainda não apareceu no capítulo do remate. O 1ºmembro do quarteto maravilha. Transformou-se no “2ºmembro do quarteto maravilha” (por uma questão de organização) e foi por muitos adeptos considerado o melhor jogador do campeonato. Só lhe faltou um golo, mas sobrou-lhe tudo o resto. Como é possível que tenha andado tantos anos “perdido”? Um atleta fantástico!

Ibson: É um excelente jogador que apenas tem que melhorar no capítulo do remate. Fez uma boa época o ano passado mas este ano, tapado por um Super Lucho, não vai ter vida fácil. Acho que podia funcionar em alguns jogos no lugar do Lucho, jogando este na posição do Diego.
Sempre que foi chamado exibiu-se em excelente nível nunca acusando falta de ritmo. É um “crime” ter tido tão poucas oportunidades, apesar da excelência da concorrência.

Lucho Gonzalez: A estrela da companhia, é um jogador de “outro campeonato”. Tem um toque de bola fenomenal (os chamados “pés de veludo”), joga limpo e é tacticamente perfeito. A cereja em cima do bolo é a eficácia no remate, depois de um início em que tardou um pouco a afinar a pontaria. Espero que cumpra a recente promessa de ficar muitos anos entre nós! É o 2ºmembro do quarteto maravilha.
Já gastei todos os adjectivos para o classificar pelo que pouco consigo acrescentar acerca das suas fantásticas capacidades. Apesar de ter tido uma natural quebra física na 2ªfase do campeonato, esteve sempre presente e com golos quando foi preciso. Quem o seguia na Argentina diz que ainda só desenvolveu 70% do seu potencial pelo que provavelmente para o ano “terá o céu como limite”.

Diego: Intermitente, não tem tido uma adaptação fácil nem ao nosso futebol nem ao actual treinador. É um fantasista, tecnicamente de topo, mas tenho algum receio que a baixa estatura e a compleição física o impeçam de explodir definitivamente.
Desapareceu completamente das opções do treinador o que sinceramente me custa a perceber. A dificuldade de adaptação a um novo sistema táctico e o facto de o seu empresário/pai não se calar com “indirectas” não podem explicar tudo.

Jorginho: A “besta negra” dos adeptos. Começou muito bem a época, decaiu de rendimento e como o treinador não o soube proteger como devia, tornou-se injustamente o alvo dos adeptos. É um bom jogador e não tenho dúvidas de que é uma opção válida (mais como nº10 mas também como extremo) mas precisa que os adeptos não o massacrem agora que parece estar a readquirir a boa forma. Intermitente, beneficiou do “descanso” que o treinador lhe deu, para reaparecer na equipa em melhor forma, embora sem deslumbrar. Fica inevitavelmente ligado à conquista do campeonato por ter apontado o golo mais decisivo da época no jogo do título em Alvalade. A rever para o ano dada a oscilação de forma que teve este ano.

Anderson: Chegou em Janeiro, depois de ter sido considerado o melhor jogador do Campeonato do Mundo Sub-17. Carregando nos ombros a imagem de “Novo Ronaldinho”, soube integrar-se muito bem. Utilizado apenas a (poucos) espaços na equipa principal, da forma que o treinador entendeu mais benéfica para a sua integração, demonstrou uma grande capacidade técnica e surpreendeu pela capacidade de jogar predominantemente para a equipa. O golo que teve oportunidade de marcar no jogo de estreia, teria levado os adeptos ao êxtase, mas poderia igualmente ter tido efeitos nocivos na sua prestação. Na próxima época espero que confirme tudo o que de bom tem mostrado e que beneficie de outra liberdade no campo para soltar o seu génio. São estes jogadores que promovem o futebol!

Hélder Barbosa: Integrado definitivamente na equipa principal nesta 2ªfase da época, apenas foi chamado para jogar alguns minutos no jogo do Bessa. Acabou expulso mas, dada a envolvente do jogo em questão, não me parece que isso o possa condicionar minimamente em futuras prestações. Junto com Andersson representa a esperança do FCP e poderá beneficiar da saída de Diego para se afirmar na próxima época.


Saídas e Entradas: Não se justificam de todo, além dos já “contratados” Andersson e Hélder Barbosa. Quanto ao hipotético regresso de Pedro Mendes considero que, independentemente de se tratar de um bom jogador, não cabe no plantel actual.
Já contratado o “polivalente” João Paulo (ex-U.Leiria) num movimento táctico que me parece excelente por servir de “backup” a dois jogadores fundamentais (Pepe e Paulo Assunção), não vejo lacunas neste sector da equipa, confirmando-se apenas a saída de Diego.