quinta-feira, janeiro 05, 2006

Entrevista de Pinto da Costa a Ojogo

Sobre a contestação a Co Adriaanse:

Image hosted by Photobucket.com"Alguma Comunicação Social tem procurado fazer-lhe a vida difícil. Naturalmente que uma mentira dita 100 vezes aos olhos de maioria das pessoas passa a ser verdade. E quando se critica o treinador porque não mete o Jorge Costa, as pessoas não sabem como ele está. Mas quando são intoxicadas porque, por exemplo, não joga o Quaresma, é natural que as pessoas se deixem influenciar, até porque muitas nem assistem aos jogos. O treinador deixou, inclusivamente, de o convocar, porque entendia que o Quaresma tinha uma atitude que prejudicava a equipa, possibilitando sucessivos contra-ataques por perdas de bola. O Quaresma não gostou, mas compreendeu e hoje é o melhor jogador português desta primeira fase do campeonato. E o treinador sabia o que esteve a fazer, sabia o que podia tirar do Quaresma. Ele disse-me muitas vezes que o Quaresma podia ser melhor do que o Cristiano Ronaldo, mas que tinha de corrigir os seus defetios, e que ele tinha de se mentalizar que tinha de os corrigir. Tentaram tornar-lhe a vida difícil, mas o treinador compreendeu perfeitamente a situação e há uma coisa que eu garanto: não do que digam sobre ele o perturba, porque ele tem um objectivo, tem a sua maneira de ver as coisas, e nada o desvia dos seus objectivos."

Sobre Jorge Costa:

"Quando a argumentação do treinador é lógica, quando ele me diz que o Jorge Costa pode jogar mas não há nenhuma equipa que jogue para ser campeã e que jogue ao ataque com um central de 34 anos, não posso dizer nada. Agora, é evidente que as pessoas acham que o treinador embirrou com o Jorge Costa, quando o treinador me disse que se ele quisesse ficar não tinha o mínimo problema e que até era impiortante pelo seu caracter, e pela maneira de trabalhar. Agora , o Co adriaanse tem o seu conceito e acreditava, desde que veio, que o Pepe ia ser um grande central."

Sobre Moretto:

Image hosted by Photobucket.com"A aventura do Moretto está bem montada. Uma ida ao Brasil, uma hipotética agressão, uma comissão de recepção a agredir um indivíduo que nada tem a ver com o FC Porto, e a polícia impávida e serena a assistir a tudo. Dá um grande filme, mas para isso temos de aceitar que há uma disputa entre FC Porto e Benfica. E isso é ridículo. É ridículo porque o jogador tinha um contrato com o Setúbal, um contrato válido porque os ordenados sempre estiveram em dia, portanto, a quem o Setúbal o quiser vender, vende. Tanto faz estar aqui como no Brasil. O Moretto só tinha duas opções, ou ia para o clube a que o Setúbal o quisesse vender ou ficava no Setúbal. Não havia nenhuma justificação para o ir buscar a correr ao Brasil, porque quando ele cá chegasse teria de se apresentar no Setúbal. Mas calhou bem a encenação, que colocou não só o futebol português mas também o país a ridículo."

Sobre o falhanço na Liga dos Campeões:

"Na Liga dos Campeões, e em termos exibicionais, houve períodos em que as coisas nos correram muito bem. Fizemos bons jogos, mas não tivemos o mínimo de sorte. Tivemos sorte aqui com o Inter de Milão, mas depois tivemos infelicidade em todos os outros jogos. Disse-se que o FC Porto ia passar, que era favorito, tal como aconteceu com o Manchester United, mas numa fase destas basta que um jogo corra mal em casa, como foi o nosso caso com o Artmedia, para um candidato trocar o primeiro lugar pelo último. Se temos ganho ao Artmedia, como tudo fazia prever, até pelo próprio jogo, tudo teria sido diferente. Mas a sorte e o azar também fazem parte do futebol."

Sobre o primeiro lugar na Superliga:

"Acho que é extremamente positivo, sobretudo quando se tem de compreender que tivemos uma mudança radical de métodos e que é preciso um tempo de adaptação. Por exemplo, não considerava dramático, nesta altura da época, termos quatro pontos de atraso para o primeiro classificado. Mas, é lógico que ultrapassar o natural período de conhecimento recíproco entre jogadores e treinadores à frente do campeonato óptimo. Há uma coisa que acho fantástico: no ano passado, os problemas graves começaram a seguir às férias de Natal. Porque houve jogadores que não vieram, outros que não cumpriram com aquilo que estava estipulado, e outros que chegaram e mostraram que não tiveram o mínimo cuidado. Agora chegou toda a gente no dia marcado, e chegaram todos com o peso com que tinham partido."

Entrevista na íntegra aqui.

4 Comments:

Blogger Pedro Reis said...

Acho que esta entrevista tem um mérito: não levantou muitas ondas nem entrou em grandes guerras desnecessárias, numa altura em que lideramos o campeonato e que precisamos da máxima estabilidade.
Mas daí a ter sido brilhante também não exageremos dado que não diz nada de novo. É óbvio que ele tem que defender o treinador, outra coisa não seria de esperar, mas esta entrevista não tem perguntas incómodas, é claramente "encomendada".

5/1/06 12:09 da tarde  
Blogger Aníbal Letra said...

Discordo Pedro. Não tem perguntas incómodas? Perguntam sobre a contestação ao treinador... sobre o prolongamento do contrato ao treinador. Perguntam sobre Jorge Costa, perguntam sobre as limitações de alguns sectores non plantel, perguntam sobre o Moretto, perguntam sobre o afastamento da Liga dos Campeões... a tudo isto e muito mais, Pinto da Costa respondeu. Se há algo de que não li nada foi sobre o Apito Dourado... mas é o único tema quente não abordado.

Mas concordo que Pinto da Costa teve um discurso pouco inflamado, mais calculista e metódico. Mas neste momento é o que se exige... vamos na frente e é preciso dar tranquilidade à equipa, o que é garantido através deste "discurso de estado." No global é uma excelente entrevista... peca talvez por ser demasiado branda para com algumas atitudes de certos gangsters.

5/1/06 2:30 da tarde  
Blogger Pedro Reis said...

As perguntas estão lá, mas sempre em tom suave à procura das respostas que se queriam dar...

Desculpa lá mas se a Bola e o Record não são jornais isentos, o Jogo também não é. Dá para perceber bem quando os artigos são "encomendados", a não ser que não queiramos...

Mas também isso não é muito importante, só referi que considerava um exagero que se achassse a entrevista brilhante...

5/1/06 2:40 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Concordo com o Pedro. Faz parte do equilibrio de poderes... cada jornal tem que vender muito papel e o volume das vendas é proporcional à quantidade de vermelho na 1ª página (diz o Francisco José Viegas...) e se a isto juntarmos que o Paulo Fernandes da Cofina) quer ser presidente dos lampiões...
Era preciso falar e o homem falou, mas daí té ser um momento brilhante... e as perguntas são as que qualquer Media Trainer preparou... (o Antero era o que fazia...)

5/1/06 5:29 da tarde  

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