quarta-feira, março 07, 2007

HARA-KIRI


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Quando vi a equipa que Jesualdo escalara para o jogo de Londres fiquei aterrorizado. Seria possível alguém cometer o mesmo erro duas vezes, na mesma cidade? Mas a verdade é que o Porto fez uma primeira-parte de altíssimo nível táctico, principalmente durante a primeira meia-hora do jogo. Durante esse período, o Chelsea foi relegado para a mediocridade... com uma pressão enorme sobre os homens do meio-campo de Mourinho, o Porto não deixou jogar os milionários do Chelsea, as bolas só chegavam a Drogba e Sheva com futebol directo e aí, Pepe e Bruno Alves mostravam-se imperiais. Mesmo Ricardo Costa não mostrava os habituais sinais de nervosismo, enquanto Assunção estava intratável na recuperação de bola e Lucho excelente no controlo e no passe. O F.C.Porto privilegiava a posse de bola, mantendo os sectores compactos e unidos... procurando os espaços vazios para desenvolver os seus lances ofensivos. O Golo de Quaresma é um exemplo perfeito do que o Porto procurava... Mourinho provava do seu próprio veneno! Mesmo a perder, o Chelsea não conseguia ir para cima do Porto e foram precisos dois erros individuais (Helton e Pepe) para conseguirem criar situações de golo. Mas nos últimos 15 minutos da primeira-parte algo mudou: O miolo do Porto recuou, deixou de pressionar os de Londres em zonas mais altas do terreno e com isso perdeu-se o controlo do jogo do Chelsea.
Mas o pior estava reservado para o início da segunda-parte: Helton, qual Mata-Hari, numa intervenção infeliz, fez o empate. O Porto abanou... mas não caiu. Quando tentava rectificar posições e posicionamentos, Jesualdo mexe... e para não variar, mexe mal. A entrada de Ibson para o lugar de Cech é compreensível, procurava-se dar mais posse de bola, mais capacidade de condução da bola e de rompimento. Já a entrada de Adriano por Raul Meireles... para quê tão cedo? A eliminatória estava empatada e trocar um trabalhador do meio-campo, que até não estava a jogar mal, por um avançado mais estático, na minha opinião, não lembrava ao diabo! A partir daí, tirando uma boa incursão de Ibson, o F.C.Porto desapareceu do relvado de Stamdford Bridge. Jesualdo partiu a equipa, desligou os sectores, criou um abismo entre o meio-campo e o ataque... e não foi de estranhar que o Chelsea chegasse à vitória, num lance em que os centrais do Porto não ficam nada bem na fotografia.
Para terminar, três pontos:
1. É notória a paupérrima condição física que a equipa do Porto revela e que já vem de longe. Que saudades da saúde física que tínhamos na época passada.
2. Ainda estou perplexo em relação à equipa do Chelsea: Como é possível jogarem tão pouco, tão feio e tão mal?
3. Nestes dois jogos com Mourinho, Jesualdo procurou demonstrar algo... e eu não sei bem o quê. No Dragão, acabou o jogo com apenas dois médios e quase perdia o jogo. Em Londres, tentou virar a mesa cedo demais e deu-se mal. Para quê isto, professor?

Melhor jogador em campo - Paulo Assunção: Tal como na primeira-mão, Assunção voltou a ser um gigante, especialmente na primeira-parte. Incrível como se impôs ante o enorme poderio físico dos Londrinos. Destaque também para as enormes exibições da primeira-parte de Bruno Alves, Lucho e Fucile.

Arbitragem - Roberto Rosetti(Itália): Perfeito!

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12 Comments:

Blogger lucho said...

Tb achei Assunção um gigante. Pena aquela noite de Helton. Cumprimentos.

7/3/07 11:16 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Boa análise, incluindo no realce aos melhores jogadores. Só uma nota: é preciso destacar Fucile. É um jogador incrível, joga da mesma maneira contra o Amadora ou contra o Chelsea. Daqui a um ano, à direita ou à esquerda, será indiscutível, tal como o Bruno Alves, desde que pela SAD não passe a brilhante ideia de substituir a saída do Pepe pelo...Ricardo Costa; aí afundavam-se todos.
Aliás, ontem o Mourinho só não ganhou o jogo mais cedo porque é tão arrogante que tem a mania que no Chelsea não precisa de mudar a forma de jogar consoante o adversário. Tivesse ele desde o início colocado o Robben á direita a explorar o buraco-Costa e seria um desastre para nós. Pelo contrário, o Jesualdo tem tanto medo do público portista que quando se vê aflito só sabe é meter avançados, mas meter por meter, sem ganho nenhum. Quando tirou o Cech, que até aí era quem salvava o R. Costa, abriu a defesa toda. Mas no geral não nos podemos queixar. Sem o Anderson não era possível fazer muito mais. Só mais uma nota: o Helton precisa de pressão, precisa de sentir que há um outro guarda redes a disputar-lhe o lugar. Como está agora, sem alternativa, anda totalmente à vontade e nos últimos jogos...o resultado está á vista.

7/3/07 11:34 da manhã  
Blogger Aníbal Letra said...

Sim... a saída de Cech fragilizou um pouco o lado de Ricardo Costa, mas cum catano... tínhamos ali um defesa que não subia. A arriscar um pouco tinha que ser destapando um pouco aquele lado, que teoricamente estaria mais protegido que o de Fucile.

Individualmente:
Helton: Muito inseguro e não apenas no 1º golo. Já antes disso tinha dado mostras que aquela não era a sua noite. Força Helton!

Fucile: Obrigou Robben a ir para o outro lado. Nunca se atemorizou com adversário algum. Quanto é que este tipo custou?

Pepe: Fez um excelente jogo, um falha na primeira parte e algumas responsabilidade no 2º golo não ensombram a sua actuação.

Bruno Alves: Impressionante! Impressionante! IM-PRES-SI-O-NAN-TE!

Ricardo Costa: Revelou-se uma aposta acertada. Um alívio para um sítio inadequado na primeira-parte e um passe anecéfalo na segunda, não são razão para lhe dar nota negativa. Teve óbvias dificuldades para travar Robben, mas esteve sempre na luta! Procurou jogar simples... não é preciso mais Ricardo!

Paulo Assunção: Já falei... o melhor jogador do Porto.

Cech: Foi um dos principais responsáveis pelo aniquilamente do miolo do Chelsea na 1ª parte. Caiu bastante na segunda.

Raul Meireles: Entrou bem, decidido e empreendedor. Foi perdendo gás...

Lucho: Se o Porto manietou o Chelsea no meio-campo na primeira-parte, Lucho foi o seu principal responsável. Estava em todo o lado... o primeiro a defender e o primeiro a lançar Lisandro e Quaresma.

Quaresma: A sua exibição ficou marcada pelo golo, excelente diga-se de passagem. Mas não tinha muitas condições de ser mais brilhante... jogou desamparado.

Lisandro: Lutou, correu e esforçou-se! Tal como a equipa, fez uma primeira parte de bom nível.

Ibson: Não entro mal, mas o espaço que tinha que percorrer com a bola para fazê-a chegar à frente tornou a sua missão, uma das tarefas de Hércules.

Adriano: Se a bola não chegava à frente... o que fazia lá Adriano?

Bruno Moraes: Esteve em campo?

7/3/07 12:10 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Quando vi a equipa quase desisti de ver o jogo. Continuo com duvidas sobre o treinador e com certezas quanto à incapacidade de tratar do físico. só aguentamos uma parte. o helton esteve francamente mal e foi pena o bruno alves falhar no segundo golo. vi as imagens várias vezes e ve-se que ele se esqueceu de acompanhar o balack

7/3/07 1:29 da tarde  
Blogger Aníbal Letra said...

Jorge:
Concordo que faltou apoio aos dois centrais. Mas é preciso ver que tanto Drogba, como Sheva andaram a trocar bolas de cabeça dentro da área... coisa inadmissível. O espaço aéreo tem que estar controlado... independentemente de ter faltado apoio do Assunção. Há também alguma responsabilidade dos centrais, na minha opinião.

7/3/07 2:53 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Foi o adeus à Liga dos Campeões!
Estou triste pelo resultado, mas não pela exibição.
O FC Porto mostrou à Europa que joga bem futebol, controlou a primeira parte do jogo de ontem, em casa de uma das mais fortes equipas do mundo! A equipa inicial foi diferente da habitual, mas compreende-se, uma vez que o adversário não é um qualquer.
Depois do tão aguardado golo de que precisavamos para seguir em frente...os portistas sonharam. O resto da primeira parte foi de controlo dos Dragões.
A equipa do Chelsea saiu para o intervalo debaixo de assobios e estava tudo do nosso lado para passarmos.
Mas na segunda parte as coisas não correram como queriamos.
Primeiro o Helton foi muito mal batido no golo do empate.
Jesualdo Ferreira ainda fez alterações, mas o Chelsea como já se esperava, que não queria o prolongamento, veio para cima de nós. Defendemos tudo, até ao minuto 76, quando Ballack marcou o segundo para os "blues".
A aprtir daí o Chelsea só trocou a bola enre si, à espera do apito final do árbitro.

Estou orgulhoso da maneira como jogámos, princpalmente nos primeiros 45 minutos. Agora temos de levantar a cabeça para conquistarmos o campeonato!!

Um Abraço,
Tripeiro
http://magicoporto.blogs.sapo.pt

7/3/07 3:55 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Se discutimos esta eliminatória ate ao fim e deixámos uma boa imagem, muito se deve ao trabalho de Jesualdo! Aníbal acho q devias ser mais racional do que emocional. Nunca o Porto de Adrianse discutiria esta eliminatória. Saímos de cabeça erguida e com o respeito da europa do futebol. Acho q todos andamos com a mania do perfeccionismo e isso não existe no futebol, felizmente, pq senão o Chelsea com o orçamento e jogadores q tem teria q ter sido mt mt superior ao Porto, e, não só não foi, como não o é! Destaque para a paupérrima exibição de Lucho (vendam-mo)q excepção feita ao passe p Quaresma foi uma nulidade em termos de chamar a si a responsabilidade na fase de construção, limitando-se a tapar linhas de passe e a cobir espaços... muito pouco. E Aníbal, o 2º golo "deles" é mérito dos intervenientes! Não queiras ser perfeccionista ao ponto de querer culpar alguém... é futebol, e para haver golos há sp falhas. Destaque para Fucile, Bruno Alves (espectáculo), Pepe e P. Assunção (soberbo). Agora a equipa precisa de muita força e estabilidade para vençer o Cameponato. FORÇA PORTO!!

7/3/07 4:56 da tarde  
Blogger Aníbal Letra said...

Daniel:

Acho que não estou a ser nada emocional. Em nenhum momento eu disse que o Porto de Addriaanse tinha mais hipóteses de êxito frente ao Chelsea... nem tal me passou pela cabeça. A única comparação que fiz em relação ao Porto de Addriaanse, foi em relação à saúde física. Acho que neste aspecto, ninguém tem dúvidas.

Em relação à importancia de Jesualdo nesta eliminatória, reconheço-lhe méritos e idiotices. Méritos nas duas excelentes primeiras-partes que o Porto fez. Teve muito dedo dele na forma como estudou os processos do Chelsea e arranjou forma de neutralizar o miolo dos Londrinos e também Drogba e Sheva (nestes casos com grande ajuda de mestres Pepe e Bruno Alves).
Mas também lhe reconheço idiotices, na forma como das duas vezes mexeu na equipa. Tanto no Dragão como em Londres, partiu a estrutura, desustruturou o esquema, desuniu os sectores, contribuindo para um desfecho que seria de algum modo previsível.

É como te digo... nesta eliminatória, Jesualdo teve muitas decisões e estratégias acertadas, mas também cometeu erros, alguns deles graves.

7/3/07 5:16 da tarde  
Blogger Aníbal Letra said...

Olha... um pouco como toda a equipa!

7/3/07 5:17 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Jorge - Errado. Quem está com o Drogba é o Ricardo Costa, com o Shevchenko o Pepe. O Bruno Alves devia estar com o Ballack
Carlos

7/3/07 8:29 da tarde  
Blogger Pedro Reis said...

Ao contrário da 1ªmão em que me pareceu que se o Chelsea tivesse forçado provavelmente ganharia, ontem até ao momento extremamente infeliz do Helton e mesmo depois disso até ao 2ºgolo, acreditei fortemente que podíamos ganhar a eliminatória.

Concordo que a equipa parece claudicar fisicamente nas 2ªs partes dos jogos, o que não acontecia o ano passado.

No 2ºgolo não vou muito pelo demérito da equipa do FCP. A jogada foi muito rápida, o tempo de reacção (provavelmente por via da condição física) de alguns jogadores já não era o mesmo e o poderio físico e técnico do trio ofensivo do Chelsea (que vale mais de 100 Milhões de Euros) é uma realidade! De qualquer forma os centrais estavam lá, só que o Drogba foi mais forte que o BA (até pq o cruzamento é para uma zona menos central) e o Pepe tentou marcar 2 jogadores ao mesmo tempo, o que se tornou impossível face à qualidade de passe dos ingleses (???).

Um grande aplauso de qualquer forma para o nosso FêCêPê. Concentremo-nos no campeonato até porque aqui sim não é admissível falharmos...

7/3/07 10:39 da tarde  
Blogger AZULEBRANCODIXIT said...

A saúde física do Porto não está a ser suficiente para os 90 minutos e quanto mais altoé o ritmo...
Aníbal na apreciação individual aos jogadores concordo globalmente, mas não em relação ao Raúl Meireles, que acho que não deverá jogar nos próximos jogos, porque apesar de recuperar muitas bolas perde-as logo de seguida, porque não é capaz de fazer um passe a 2 metros em condições e revela-se uma nulidade em termos de progressão.
O Lucho desaparece nas 2as partes, porque não está fisicamente bem. Diz-se sofrer de pubalgia, e a melhor recuperação obrigaria-o a parar uns tempos,o que não é possível para já devido à importãncia crucial dos próximos jogos.

9/3/07 12:44 da manhã  

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