Eu avisei-te José!

A alegria que tiveste no Porto era difícil de ser trasladada para outro lado qualquer. Ganhaste muita coisa no Chelsea, transformaste-te num fenómeno de sucesso à escala planetária, um Case-Studie para os estudantes de psicologia... mas a verdade mais dura é que o Mourinho desapareceu no dia em que desceste cabisbaixo daquele púlpito onde Jorge Costa e Baía corpirificavam o teu trabalho em glória... no dia em completaste a tua obra-prima! Os grandes génios das artes enfrentaram problemas semelhantes para superar trabalhos tão transcendentes... uns conseguiram outros não, mas uma espreguiçadeira na história e na memória de todos nós já ninguém lhes tira. A partir desse dia em que te inscreveste na lista dos imortais, apareceu um tal de José... um tipo com semelhanças físicas notáveis com Mourinho, com uma atitude muito parecida, com o mesmo dom de comunicação e o mesmo génio... mas com uma concepção do futebol completamente distinta. O tipo que esteve sentado no banco do Chelsea nos últimos jogos não era o Mourinho... porque o Mourinho jamais se sentiria impotente perante a adversidade, nem que para tal tivesse que esbracejar de forma demoníaca, ser expulso pelo árbitro ou revolucionar a estrutura táctica da equipa. O José triste e desalentado que nos é mostrado ultimamente só pode ser uma possessão do "demo" a requerer um exorcismo de forma rápida e eficaz. Dizia-te para vires para cá, para as termas do Dragão recuperar a alegria das vitórias e a vontade de ser feliz... mas sei que não estás para aí virado. Aceita este conselho de amigo: Dá preferência à Juve e diz não ao Real. Até porque tinha muito mais piada voltar a fazer um manguito ao Ranieri.