Há momentos em que um adepto de futebol, mais concretamente um Portista, se apercebe da beleza e de quão fantástico é ser do Futebol Clube do Porto. Há momentos em que nos damos conta da sorte em termos nascido azuis. Do prazer que se retira em ser Portista. Do valor das vitórias e das conquistas. Algo que nenhum outro clube, em Portugal, pode sentir.
Um desses momentos aconteceu ontem, aos 90' do Beira-Mar/Benfica. Ou melhor, o momento foi acontecendo, a partir do golo do Delibasic que punha o Beira Mar em vantagem. A seguir a esse golo, seguiram-se estas belas situações:
- Um penalti inexistente a favor dos vermelhos com o árbitro a acompanhar o lance por trás. Simão Sabrosa nem precisou de fazer uma grande actuação teatral. Até já ia a cair antes de tentar provocar o contacto.
- Ouvir o locutor da TVI a garantir a pés juntos que seria pe
nalti. "Evidente!", dizia o respeitável senhor!
- Fora de jogo aos jogadores do Beira Mar que se encontravam no seu próprio meio-campo, impedindo que se isolassem.
- Uma entrada violentíssima de André Luiz à entrada da área vermelha, onde Lucílio Baptista nem sequer falta assinalou. (O cartão amarelo era evidente, mas já vi jogadores serem justamente expulsos por muito menos)
- 3 minutos de desconto transformados em 6 minutos (fosse antes do 25 de Abril e teriam sido transformados em 20!)
- Faltas inexistentes marcadas a favor do benfica.
Momentos destes repetem-se na história. E continuarão a repetir-se neste país tremendamente centralista (a vizinha Espanha, por exemplo, descentralizou grande parte dos seus acontecimentos mediáticos com os resultados que estão à vista).
Enquanto isto, 6 milhões de adeptos espumam porque "diz que o FCPorto comprou árbitros para ganhar ao Estrela" e noutros momentos fantásticos. Vão vivendo de ilusão! Enquanto vão acontecendo barbaridades como o fantástico trabalho de
Lucílio Baptista ontem há noite (O que é preciso para o Simão ver um amarelo? Jogar sem fazer a depilação peitoral?) 6 milhões de "vaquinhas do presépio" continuam a falar de um pretenso golo que Vítor Baía terá sofrido (que depois de milhares de repetições ninguém consegue dar uma resposta 100% segura). Enquanto Luís Filipe Vieira, o salvador da pátria, profere declarações insultuosas a torto e a direito, parecendo ter carta branca para isso, ofendendo instituições do estado, nós, Portistas, vamos gramando com arbitragens como a de Leiria, com não sei quantos jogos seguidos sem que marcassem um penalti a nosso favor, com o desdém da imprensa e de grande parte da população e com o fraco reconhecimento por parte das autoridades máximas do país em relação ao fantástico trabalho que o nosso clube desenvolve além fronteiras.
E é por estas e por outras, que ser do Futebol Clube do Porto é fantástico. É por estas e por outras que ser azul e branco é um exercício e uma homenagem à justiça, à persistência, à liberdade e ao orgulho. E este sabor, este sentimento, é ainda mais intenso e delicioso, sabendo que grande parte da população nunca na vida irá sentir o que nós sentimos. É provavelmente isso o que despoleta tanto ódio em relação ao Azul e Branco.
Continuemos a ganhar.