0-2 Quaresma e Jorginho;Jogo grande em Guimarães... ambiente fantástico!
O FêCêPê, como era de esperar, manteve a mesma equipa de jogos anteriores. Já no Vitória e em relação ao jogo do Bessa, Vítor Pontes fez sair Mário Sérgio e fez alinhar Neca. Os esquemas tácticos de ambas as equipas pareciam gémeos e previa-se que encaixassem com facilidade.
Foi exactamente isso que aconteceu na primeira parte: futebol aguerrido, rasgado, jogado a meio-campo… mas se exceptuarmos as diabruras de Quaresma a Svard, o espectáculo esteve quase sempre arredado das quatro linhas. Com o jogo repartido… só mesmo o Cigano podia fazer um golo naquela primeira parte: Finta para dentro sobre Svard e ainda descaído sobre a esquerda, fora da área, faz um remate em arco fantástico que só parou no fundo da baliza de Nilson.
Ainda na primeira parte, os de Guimarães conseguiram criar algumas situações de perigo, tendo como denominador comum… César Peixoto. Ora a fazer passes desastrosos, ora a colocar a bola a isolar Benachour, ora não estando seu lugar… incrível.
Chegávamos a intervalo com Quaresma a coxear e o Vitória na mó de cima… não parecia um bom sinal para a segunda parte.
E Quaresma ficava mesmo nas cabinas. Para os portistas… uma pergunta ecoava na cabeça: Como será este FêCêPê sem Quaresma? Ninguém sabia e temeu-se o pior. Mas Vítor Pontes deixara uma prenda no sapatinho azul e branco: Neca e Benachour encostaram a Saganowski, deixando o meio-campo Vimaranense descompensado e partindo a equipa do Vitória. Com Jorginho, Diego e Lucho a estranharem tanto espaço para jogarem, as trocas de bola fáceis e as saídas rápidas para o contra-ataque surpreendiam o Vitória, desequilibrando a sua, já de si desequilibrada, defensiva. As situações de perigo iam-se acumulando com especial destaque para um perdida inacreditável de Jorginho. Mas logo de seguida, o mesmo jogador trabalhou muito bem a bola dentro da área e atirou fora do alcance de Nilson.
Depois do golo, só mesmo por inépcia de McCarthy e Lisandro, o Porto não fez o terceiro. Vítor Pontes percebeu a borrada que tinha feito e emendou a mão, mantendo a vocação ofensiva da equipa mas colocando mais um homem no meio-campo. A partir dessa altura, o jogo voltou a repartir-se… o Vitória criou algumas situações de perigo e o Porto tentava sair em contra-ataque tentando aproveitar a velocidade de Jorginho e Alan, que entrara para o lugar de McCarthy.
Num jogo de grau de dificuldade elevado, o FêCêPê acabou por ter a sorte do jogo, mas foi um justo vencedor e podia ter saído de Guimarães com um resultado histórico.
Positivo: - Quaresma: Primeira parte excelente, sendo a única solução para um ataque muito desapoiado. O golo merece ser revisto para cima de uma centena de vezes… fantástico!
- Co Adriaanse: Ganhar cinco vezes consecutivas fora de casa, não é um feito que seja alcançável apenas por sorte. Em 9 jogos fora de portas, apenas em Braga e na Madeira o Porto perdeu pontos. Em Guimarães esteve bem a ler o jogo... pôs Assunção a vigiar Benachour, na segunda-parte fez recuar Lucho para o lado do Brasileiro e chamou a atenção para a necessidade de ajuda a Peixoto aquando da entrada de Targino. Nas substituições... nada a dizer.
- Jorginho: É verdade que falhou um golo de baliza aberta, ou melhor, escorregou quando ia rematar… mas deu um contributo decisivo para a vitória com a sua velocidade e entrega ao jogo. Está em crescendo de forma e merece destque também porque marcou o último golo deste odioso ano de 2005(Para nós portistas).
- Ambiente fora das quatro linhas: Fantástico! O Vitória é a equipa que, atrás dos três grandes, tem adeptos mais fieis e fanáticos. O ambiente que envolveu o jogo foi tremendo e assim vale a pena ir ao futebol.
Negativo: - Primeira parte de César Peixoto: Desastrosa! Errou passes inacreditáveis, tacticamente esteve um desastre… foi muito mau. Melhorou consideravelmente no segundo tempo, especialmente com a entrada de Targino, altura em que mais se temeu que comprometesse.
- Concretização: Não se podem perder golos como o FêCêPê falhou na segunda-parte. Para além dos golos falhados, outros ficaram por falhar já que várias vezes o último passe foi desastroso. Com tanto espaço para jogar, era exigível que mais golos fossem conseguidos.
- Petardos: No Dragão nunca ouvi os Super-Dragões rebentarem um petardo. Porquê levar essas bombas para os estádios dos adversários? Um jogo que estava a ser tão agradável fora das quatro linhas, ficou manchado… e o pior é que esteve muito perto de acontecer uma desgraça. As claques são úteis ao futebol… dão vida e nervo ao espectáculo, mas tudo o que roce a violência é perfeitamente estúpido.