Toca a reunir!!!
Eu estabeleço este pressuposto por algumas razões claras e objectivas:
1º - Um clube não pode ser gerido de fora para dentro
2º - Os erros cometidos e o dinheiro esbanjado em treinadores na época passada têm que servir para alguma coisa… que seja para experiência.
3º - Qualquer treinador que viesse para o Dragão nesta altura, estaria fortemente condicionado e pressionado pelas conjecturas desportivas e pela convulsão social que vive o balneário… sendo tentado a modelar a equipa ao sabor da vontade popular e do peso de cada jogador na estrutura hierárquica, vide o péssimo exemplo de José Couceiro na época passada.
Partindo deste pressuposto que considero pertinente, é para mim bastante claro que a crítica generalizada a Adriaanse por parte de grande parte dos adeptos do FêCêPê, mais do que um acto decorrente dos seus disparates técnico-tácticos, é fruto de uma animosidade crescente que teve como ponto inicial o afastamento de Jorge Costa da equipa. Aqui, Adriaanse pecou essencialmente por falta de tacto e incapacidade de compreender a realidade que o rodeava. Esta situação, a que se junta o recente afastamento de Vítor Baía, levou muitos adeptos a criarem uma corrente de luta contra o treinador que nem mesmo com um significante número de vitórias consecutivas e o primeiro lugar destacado, conseguiu ser quebrada. A juntar a isto, temos três outras situações que prejudicaram a imagem do Holandês:
1. A crítica aberta dos jornais desportivos Lisboetas que não deixaram passar em claro nenhuma ocasião para deitar abaixo o treinador, promovendo uma campanha ridícula de deturpação de algumas das suas frases redondas. Como exemplo, a célebre frase proferida por Adriaanse: “Se eles quiserem que eu me vá embora… mostrem os lenços!”, os jornais estamparam: Se mostrarem os lenços… eu vou-me embora! É bem diferente!!!
O Holandês começou por ser afável e ingénuo com os jornalistas, tornando-se presa fácil para alguns algozes mal intencionados, tornando-se posteriormente arrogante e sobranceiro, facto que outros tomaram como razão para lhe malhar ainda mais.
2. A derrota caseira com o Benfica que não acontecia há 14 anos foi um golpe bastante duro para o orgulho de todos os portistas.
3. A performance na Liga dos Campeões, num grupo onde Glasgow Rangers e Artmedia eram claramente adversários acessíveis, criou ainda mais anti-corpos no clube.
Se somarmos estas situações com os ridículos esquemas tácticos que Adriaanse engendrou para enfrentar a Naval e o Rio-Ave, temos preparado um clima extremamente tenso que teve como consequência as inenarráveis e abomináveis agressões e intimidações perpetradas ao treinador à saída do centro de estágio.
Posso compreender, mesmo sem aprovar, a sua posição sobre Jorge Costa. Posso compreender, mesmo sem concordar, a sua opção por Helton. Posso compreender, mesmo sem gostar, que a derrota caseira com o Benfica alguma vez tinha que acontecer. Posso compreender, mesmo achando inconcebível, que a eliminação na Liga dos Campeões é futebol…
Mas o que não consigo compreender é que um treinador mantenha um esquema de jogo perfeitamente desajustado para as características dos seus jogadores e dos adversários. O que não consigo perceber é que se dêem férias atrás de férias, folgas atrás de folgas, com evidente prejuízo para o rendimento da equipa. O que eu não consigo perceber é que a aposta num treinador que voltasse a unir o balneário esteja a resultar exactamente no contrário. Estas são as minhas 3 críticas a Adriaanse… não preciso de o insultar nem exijo a sua cabeça, o que eu quero é ele pare para meditar e pense no que é melhor para o grupo. O que eu quero é que ele volte a fazer do meu Porto uma equipa de futebol que valha pena acompanhar para todo o lado e não um bando de jogadores sem sentido de grupo.
Força Porto!!!!